O poema abaixo foi escrito na mesa do Barzão, em Canoas RS no sábado à noite. O motivo foi uma necessaire que um amigo achou caída na rua.
Na pequena bolsa continha alguns objetos mas nenhum que pudesse identificar a dona da mesma.
Começamos a divagar sobre a identidade, profissão, etc da pessoa que perdeu a referida necessaire.
Lá pelas tantas o Belcino teve a idéia de escrevermos um poema que refletisse um pouco as questões levantadas sobre o objeto encontrado.
O resultado está abaixo: um texto excrito a quatro mãos.
Na ordem: Belcino, Álvaro, Daniel e Nato
Valeu
Daniel
Uma caneta perdida, quatro mãos e um guardanapo.
Barzão, 24/11/2007
A tinta que escorre
Não sei de onde vem
achei-a perdida
e a fiz de refém
Na noite que urde
E me faz divagar
Que a dor de uma perda
Embora a perceba
Não sei soletrar
Perder matéria não é nada
Problema é não sentir nada
Por um minuto lá
Eu me perdi
Posso ser sua desculpa
Culpa da sua renúncia!
Naufragado nas profundezas
Do objeto do enigma
Emergi no teu mundo
Sugeri minha história
Rapidamente as sutilezas
Me imputaram um estigma
De um labor meio imundo
De um viver na escória
Com a responsabilidade
De cuidar de uma tinta escorrida
Que virou um refém,
Iria me fazer de rogado.
Mas confesso: não ficaria bem.
Uma coisa é certa:
Essa renúncia me causaria angústia.
Poderia usar de subterfúgios, fugas e astúcia.
Porém por estar em companhia de amigos,
Um de agora, outros de tempos idos,
Pensei em heróis, mocinhos e bandidos.
E como mesmo assim me surgisse uma história
Que emergisse das profundezas,
Apelei pro banal;
Para o exterior;
O trivial.
Então, na iminência de fugir da missão
Pensei num meio, um medium em ação.
E tal como um salto súbito, feito um "mosh"
Olhei pra minha mão direita e achei o mesmo:
Uma caneta Bosch.
;
Habeas Almas
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Poema a Quatro Mãos
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Mas que barbaridade...! Só fiquei curioso em saber uma coisa:
ResponderExcluirQuantas vocês já tinham bebido???
Eh,eh,eh,....!
Abraço aí gurizada, essas são as coisas boas da vida!
Jorginho da Garibaldi.